31 de janeiro de 2011

São Sebastião e o lixo: E você com isso?

Semana passada, percorrendo os arredores de São Sebastião no curto espaço de tempo de duas horas, deparamos com um cenário nenhum pouco agradável aos olhos e muito menos salutar a qualquer ser vivente. E depois ainda tem aqueles que dizem que cuidam do meio-ambiente como se ele fosse a sua própria casa. Que pena. A depender do homem em sua marcha consumista e a cada dia mais degradante dos espaços naturais, o  estado dessa dita (ou desdita) casa é, no mínimo, deplorável, para não dizer o pior.


A ecologia, como sendo o estudo  das relações dos seres vivos com o seu meio natural, pode ser entendida em português bem enxuto, como a ação de "cuidar da própria casa". E ai está inserida, inegavelmente, a necessidade de equilibrarmos as relações com o meio e com todos aqueles que nele convivem - homem, natureza e seres vivos.

Os escassos e quase exauridos córregos e nascentes que por aqui ainda resistem a todo tipo de ação antrópica podem estar com os dias contados, e isto graças ao intenso rítimo com que as áreas de preservação ambiental estão se tornando - numa celeridade que amedronta ambientalistas e ecologistas - verdadeiros aterros sanitários, cemitério de automóveis e eletrodomésticos. Móveis velhos, restos orgânicos, resíduos de construção civil, dejetos humanos, ferro velho, animais mortos, plásticos de todo tipo, alumínio, isopor...tudo isso e mais um pouco dá o tom do tamanho da poluição que atualmente toma conta das imediações de São Sebastião. A origem de tanto lixo é diversa: casa dos próprios moradores, supermercados, órgãos públicos locais, áreas nobres de Brasília.



As consequências desta vertiginosa formação de lixões por praticamente todos os bairros já se fazem sentir do alto da entrada da cidade, local de onde anteriormente se avistava um horizonte perdido na imensidão de uma paisagem verde, por dentro e por fora, mas que hoje foi substituída pelo rastro do desmatamento e das queimadas ilegais nos aterros improvisados, pela contaminação e o empobrecimento do solo, pela aberrante inconsciência humana em continuar matando pouco a pouco o muito pouco que lhe resta de vida natural. Isto sem falar nos diversos problemas de saúde que advém do lixo, a exemplo da leptospirose e das velhas compaheiras, dengue e hantavirose.

E a cidade, que outrora fora a vila dos eucalipitos - vila "eucaliptada", por assim dizer- caminha na contramão das leis naturais. É escusado dizer que já somos seres desérticos há muito tempo, não por falta de árvores ou vegetação aqui e ali, mas simplesmente por não amarmos e por não estarmos  mais em comunhão com esta grande aldeia global, - casa minha, sua e de todos os seres - que é a mãe-natureza. Dizem que coração de mãe sempre cabe mais um. O da natureza,  também. Mas, até quando ele continuará sangrando?

Os fazedores de desertos
se aproximam
e os cerrados se despedem
da paisagem brasileira

Uma casca grossa
envolve meu coração
 
( Nicolas Behr)

Por Francisco Neri 
      Cristino Júnior (Cipó)

29 de janeiro de 2011

Wasny se reúne com moradores do Morro da Cruz. Regularização da área foi promessa de campanha de Agnelo.




Por volta das 17h30 dessa sexta-feira (28/01), aproximadamente oitenta moradores do Setor Morro da Cruz estiveram presentes na Associação Comunitária do bairro para uma reunião marcada às pressas com o Deputado Distrital Wasny de Roure (PT).

Na pauta do encontro, constava como prioridade o pedido de apoio ao parlamentar no que diz respeito à condução do processo de legalização da área, que atualmente abriga mais de 500 famílias, muitas das quais já foram notificadas com ordens de demolição e embargo de obras.

Francisco de Assis, presidente da Associação dos Moradores do Morro da Cruz, inicialmente relatou em poucas palavras a situação na qual se encontra a comunidade. De acordo com ele, as pessoas estão passando por uma fase difícil. Os pais de família saem cedo de casa para trabalhar  muito preocupados, pois não têm a menor certeza de que, ao voltarem, encontrarão a sua residência intacta. “O que eu peço, em nome de todos, é que o senhor  [deputado] analise a situação e nos ajude no que estiver ao seu alcance.", fez um apelo. "Somos trabalhadores, nós pagamos por esses lotes. Se tem alguém errado, eu não sei (...) e não cabe a mim julgar, acho que cabe ao juiz, ao Poder Público", completou o líder comunitário.


Rogério, morador do local que trazia em baixo do braço uma pasta abarrotada de documentos, aproveitou o ensejo para mostrar para Wasny um folder que datava da época de campanha do governador, material no qual, entre várias outras promessas, havia a de regularizar o Setor Morro da Cruz. Wasny solicitou uma cópia do mesmo e prometeu levá-lo ao conhecimento de Agnelo para "refrescar" a memória do governador e assim fazer com que não se esqueça da palavara dada no período eleitoral.

“Viemos aqui para conhecer o problema que estão enfrentando, mas também não vim vender facilidades... vim vender compromisso e responsabilidade”, afirmou o deputado, destacando ainda que diversos outros lugares do Distrito Federal se encontram no  mesmo impasse.



De acordo com o presidente da Associação dos moradores, Francisco de Assis, durante as últimas semanas era comum ver carros oficiais circularem pelo local, até mesmo os das agências fiscalizadoras (Agefis, Sudesa) sendo conduzidos por funcionários que foram exonerados, inclusive da Administração Regional, mas que continuam a fazer uso dos veículos livremente. Para Assis, o objetivo dos supostos "funcionários" era fazer pressão psicológica nos moradores. “A Administração está praticamente vazia. Aqueles que não fazem mais parte do governo não têm legitimidade nenhuma para notificar e muito menos para intimidar a população”, reclama Cristino Júnior (Cipó), membro da Frente de Defesa Política de São Sebastião. Segundo ele, urge que o governo  tenha em mãos um censo das pessoas que atualmente residem na região do Morro da Cruz, até mesmo para se ter maior controle e assim evitar a grilagem.

Gilberto Pereira, líder comunitário, diretor-presidente da ONG ASCONTAS e também membro da Frente de Defesa Política de São Sebastião, saiu em defesa dos moradores do Morro da Cruz. “Deputado, essas pessoas presentes aqui, não são pessoas desordeiras, como a imprensa tem feito questão de dizer até o momento. Eu acompanho a ocupação desse lugar desde o começo e garanto ao senhor que são famílias de bem, que trabalharam muito para ter direito à casa própria e o Estado não pode tratá-las com repressão e violência”, alegou.

Ao final, Wasny comprometeu-se a discutir o problema com o governador e as autoridades competentes. Solicitou que os moradores organizassem uma comissão especial para tratar do assunto nas próximas reuniões. Gilberto se disponibilizou a colaborar no levantamento de dados oficiais que remetem ao início do processo de ocupação de áreas como o próprio Setor Morro da Cruz e de demais locais em São Sebastião que passam praticamente pela mesma problemática, caso dos Bairros Vila do Boa e Quadra 12 do Morro Azul.
 

Por Francisco Neri

Faltam mais de 2,8 mil docentes, mas GDF alega que só pode contratar 400

Imagem do Google.

Luiz Calcagno Publicação: 29/01/2011 

O Governo do Distrito Federal (GDF) vai chamar apenas 400 dos 1.545 professores aprovados em concurso da Secretaria da Educação realizado em outubro do ano passado. A expectativa é de que a convocação seja publicada no Diário Oficial do Distrito Federal na segunda-feira. De acordo com o governador Agnelo Queiroz (PT), o governo estaria fazendo o máximo permitido no momento. “A educação é nossa prioridade. Nós estamos fazendo o máximo que é permitido no momento. Vamos preencher as vagas na sua totalidade como prevê o edital e com respaldo orçamentário”, afirmou ao Correio.

De acordo com a secretária de Educação, Regina Vinhais, o número de contratações ainda está muito aquém das necessidades do corpo de docentes do DF, que tem um deficit de mais de 2,8 mil educadores. Ela explicou que a intenção da secretaria é cobrir anecessidade que existe com contratos temporários e, paulatinamente, substituí-los por concursados. “A convocação dos 400 aprovados no último concurso para professores partiu do governador. Ele decidiu, com base em dados das secretarias de Administração e de Educação. Somente podemos chamar 400 porque é o número autorizado na Lei Orçamentária”, disse.

Ainda segundo a secretária, existe, “ao menos em tese”, a possibilidade de o GDF convocar mais educadores durante do ano, já que o concurso tem validade até outubro de 2012. Mas isso dependeria de alterações na Lei Orçamentária. De acordo com Regina Vinhais, o texto redigido pelo governo foi mal planejado no que diz respeito às necessidades da Secretaria de Educação, por exemplo. “Temos evidência de que todos os anos o deficit de professores é sempre muito alto. Isso é um problema de planejamento. Mas ainda temos aprovados nesse concurso que poderemos convocar posteriormente e faremos outros concursos”, disse.

Segundo o secretário de Administração do GDF, Denilson da Costa, o governo realizará esforços para alterar a Lei Orçamentária. Segundo ele, há um grande número de concursados que foram contratados em gestões passadas sem cargo definido. Isso teria ocorrido não só na Secretaria de Educação, mas também em outros órgãos. “O governo está fazendo um levantamento dos servidores que assumiram cargos que não estavam previstos em lei. Você não pode chamar concursado sem cargo previsto em lei, principalmente no caso da Educação que é uma área muito específica. Tem carências definitivas que você só pode chamar temporários para ocupar”, disse.

No fim da tarde de ontem, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) publicou uma recomendação para que o GDF só contratasse os temporários em situações previstas na legislação, como em caso de ausência de efetivados ou quando não houvesse concursados na reserva. O GDF respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que “há uma orientação do governador para diminuir os contratos temporários mediante a substituição por profissionais concursados em todo o governo. Isso será feito de forma gradativa, a fim de não prejudicar os alunos. A prioridade é garantir professores nas salas de aula”.

Vai e vem
O concurso da Secretaria de Educação foi alvo de protesto por parte de candidatos e de professores. Inicialmente, o GDF pretendia contratar os mais de 1,5 mil aprovados. No entanto, teve que recuar e pedir desculpas pelo que teria sido um erro de divulgação. Os candidatos foram desconvocados.

Carnaval terá R$ 8,3 milhões
O governador Agnelo também se reuniu no início da noite com o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, os presidentes da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), Moacyr de Oliveira, da União das Escolas de Samba de Brasília (Uniesb), Geomar Leite, e da Liga dos Blocos tradicionais, Jean Sousa Costa. No encontro, Agnelo anunciou o repasse de R$ 8,3 milhões para as agremiações e para a estrutura do carnaval. Também participaram do encontro o secretário de Habitação, Geraldo Magela, e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB).

“Vamos fazer com simplicidade. Com dificuldade, mas vamos fazer. Faço questão de valorizar essa manifestação cultural”, disse o governador, momentos antes de anunciar a distribuição dos recursos. Segundo ele, R$ 3,4 milhões serão para custear os gastos com a infraestrutura, assim distribuídos: R$ 2,4 milhões para o Ceilambódromo, R$ 500 mil para o Gran Folia e R$ 200 mil para os grupos de enredo. Os shows no Gran Folia terão R$ 250 mil. As escolas de samba receberão R$ 3,57 milhões, e os grupos de enredo ficarão com R$ 200 mil. “Sentamos com a sociedade para selar um acordo e um carnaval de emergência. Esse início de mandado trás essa marca. Selamos também um compromisso para o carnaval em si”, completou Hamilton.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/0/29/interna_cidadesdf,234873/faltam-mais-de-2-8-mil-docentes-mas-gdf-alega-que-so-pode-contratar-400.shtml

28 de janeiro de 2011

GDF contratará mais empresas para reforçar poda do mato

No próximo dia 2, pregão eletrônico define a contratação de empresas para fazer o serviço com a GHS, a única encarregada do trabalho.

Publicação: 28/01/2011

O cenário em muitas regiões administrativas do Distrito Federal, como São Sebastião, Guará e Samambaia denuncia a lentidão da Operação Casa Arrumada — programa coordenado pela Secretaria de Obras —, em ação desde o primeiro dia de mandato do governador Agnelo Queiroz. Uma equipe do Correio percorreu regiões do Plano Piloto e de várias regiões administrativas e constatou pontos que parecem ter sido esquecidos pelo governo. O secretário de Obras, Luiz Carlos Pitiman, admite que há demora no serviço de poda de mato, problema que se arrasta desde a greve dos funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) (Veja Entenda o caso). De acordo com o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Rômulo Ervilha, apenas 800 homens de uma única empresa estão nas ruas para fazer o trabalho em todo o DF. A situação deve melhorar no início de fevereiro, quando pelo menos mais duas companhias serão contratadas por pregão eletrônico.

O motivo para a demora na execução do serviço se deve ao fato de que a empresa responsável pelos trabalhos, a GHS Indústrias e Serviços Ltda., está hoje com apenas 40% dos homens e das máquinas em atividade. “No primeiro dia, eles estavam com 30% dos funcionários e máquinas. Nos reunimos e dei um prazo para que aumentassem esse número. No último dia 18, constatamos que a GHS tinha acrescentado apenas 10%”, declara o secretário. “Depois disso, eles apresentaram documento com a desistência de três dos quatro lotes dos quais eram responsáveis (veja quadro). E ficaram apenas com o lote I, que engloba Plano Piloto, lagos Sul e Norte, Cruzeiro e Sudoeste”, explica o gestor da pasta.

Pitiman deu prazo até o fim de fevereiro para que todos os matos e gramas do DF estejam cortados. “Mas, para isso, não podemos ter problemas com o pregão das empresas que serão contratadas”, frisa o secretário. Até o último dia 22, 17.506.040 m² foram capinados, o equivalente a 2.121 Maracanãs. Em 2 de fevereiro, será aberto uma concorrência eletrônica para a contratação de mais empresas para executarem o serviço.

Exigências

Para que o mesmo problema da gestão passada não se repita nos próximos quatro anos de governo, o secretário delimitou novas exigências. “Ninguém pode ganhar mais de dois lotes. Como temos três, no mínimo teremos três empresas, contando com a GHS. Já no primeiro dia de trabalho, elas devem apresentar 75% dos homens e equipamentos em atividade. Dez dias depois, já devem estar com 100% disso nas ruas”, esclarece Pitiman.

Até que a situação seja normalizada, os brasilienses terão que enfrentar as consequências do problema. Em São Sebastião, um caso chama a atenção. Na Rua Marginal do Agudo, no bairro São José, um parque que deveria servir de lazer para a população desde novembro mais parece uma reserva ambiental. A vegetação tomou conta da quadra de esportes e das mesas e cadeiras de cimento.

A coordenadora do Projeto Vida Padre Gailhac — que atende 256 crianças e adolescentes carentes de São Sebastião —, Badia Dolores Garcia, 58 anos, não tem sossego desde que a grama da área de lazer deixou de ser aparada. “O lugar virou depósito para objetos roubados, drogas, refúgio para assaltantes e até cemitério de animais. Já liguei várias vezes para a Novacap e para a Administração da cidade e nada”, declara.

Outro parque, localizado na Quadra 204 do Setor Residencial Oeste, também em São Sebastião, vive o mesmo descaso. A poucos metros de lá, em um descampado, dois amigos tentam empinar pipa em meio ao matagal. “Ficou difícil brincar porque ficamos com medo de encontrar cobra. Meus pais têm medo também que eu me divirta aqui”, conta o estudante Emerson Dias Ferreira, 12 anos, acompanhado do vizinho, Marlison Sodré, 15.

No Guará I, ao lado da casa do funcionário público Donizete da Silva, 50 anos, existe outro parque, que também está tomado pelo mato alto. Se não fosse pelas próprias mãos, o muro do imóvel dele ainda estaria coberto pelo verde que sai do terreno público vizinho. “Eu capinei porque, se não fizesse isso, eu ainda encontraria cobras e sapos grandes na minha casa”, conta Dozinete, que já teve de matar quatro bichos com medo que os dois filhos pequenos, Leonardo, 8, e Laila, 2, fossem atacados.

Na QR 611 de Samambaia, a vegetação dificulta o trabalho até das pessoas envolvidas na operação de limpeza. “Eu tenho que catar lixo em vários lugares de Samambaia e fica difícil entrar nessas gramas altas. Tenho medo de bichos, até porque ninguém consegue enxergar direito o que tem nesses lugares”, reclama a gari Francisca Alves de Souza Lima, 45 anos.


Áreas de atuação

Divisão dos lotes para o serviço de capinagem:
Lote I Plano Piloto / Lago Sul/ São Sebastião / Granja do Torto / Lago Norte/ Varjão / Paranoá/ Itapoã/ Taquari/ Sudoeste/ Cruzeiro/ Octogonal / S I A/ SCIA/ SOF Sul/ EPIA Viaduto Guará ao Viaduto Colorado / Escolas Públicas/ Residências Oficiais (Granja do Torto, Alvorada e Jaburu)

Lote IISobradinho I/ Sobradinho II/ Fercal l/ Lago Oeste / Planaltina / BR 020 (Viaduto Colorado até Trevo Planaltina) e suas faixas de domínios/ Escolas Públicas

Lote IIISamambaia/ Taguatinga/ Águas Claras/ Vicente Pires / Guará / Park Way - Quadras 01 a 05 Ceilândia / Brazlândia / Escolas Públicas

Lote IVNúcleo Bandeirante / Candangolândia/ Vargem Bonita / Park Way 06 a 29 / Santa Maria / Gama Caub I e II/ Recanto das Emas / Riacho Fundo I e II / Escolas Públicas


ENTENDA O CASO

Greve e lentidãoEm 22 de novembro de 2010, os servidores da Novacap cruzaram os braços. Os funcionários da GHF, companhia terceirizada responsável pela poda de grama no DF, também pararam durante a greve. A paralisação acabou em 7 de dezembro. A expectativa dos brasilienses era de que o governo montasse uma força-tarefa para acelerar a poda da grama nas cidades, mas o que se vê, até hoje, é uma tímida mobilização, incapaz de devolver ao DF antiga paisagem.
 
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/01/28/interna_cidadesdf,234675/gdf-contratara-mais-empresas-para-reforcar-poda-do-mato.shtml

27 de janeiro de 2011

Segundo evento da Frente leva cidadania e cultura aos moradores do Residencial Oeste

Semeando cultura para colher cidadania

Final de tarde abrasador. Sol fúlgido, já quase se despedindo de mais um dia. E eis que vem a noite, muito bem recepcionada pelo crescente soar de atabaques e berimbaus,  contagiante melodia  que, ao cair da noite, vai atraindo a atenção de olhares curiosos  daqueles que conversam à esquina, dos que  vem do trabalho e passam de carro ou a pé pela rua, de alguns que palestram em frente às casas, e que logo se aprochegam para ver mais de perto do que se tratava a aglomeração que se formara no coração do bairro.

Começava ali, no Residencial Oeste, por volta das 19hs, mais uma ação cultural itinerante encabeçada pela Frente de Defesa Política de São Sebastião-DF e pela Associação dos Moradores da Quadra 204. Desta vez, o local escolhido para a promoção do evento foi a quadra poliesportiva do bairro.


Com os espaços públicos  jogados às traças e ao imenso matagal que tem se alastrado bairro a bairro , servindo de abrigo para o tráfico e todo tipo de marginalidade, visivelmente carente de ações que envolvem crianças, jovens e adultos num mesmo espaço com atividades de lazer, esporte, cultura e desporto, a comunidade acolheu o evento com grande entusiasmo, prestigiou  e aplaudiu de pé as  apresentações de capoeira da Escola Cultural Espírito de Liberdade  (ECEL) e o som do Hip Hop, cantado em alto brado na levada poética dos artistas locais Gonagas (Imagem de Rua) e Negro A, os quais  marcaram presença, e deixaram  o seu recado:  "É pela cultura, o hip hop,  a poesia, a capoeira  que a comunidade pode e deve expressar a sua revolta, a sua indignação com essa realidade que está ai sobre nossas cabeças".

Além disso, os moradores mergulharam numa verdadeira aula de cidadania e de história a partir dos questinonamentos e reflexões sobre  a capoeira e a História do Brasil , questões que foram lançadas ao público pelo coordenador da ECEL e fervoroso entusiasta  da cultura brasileira, o contramestre Cristino Júnior (Cipó).



As atrações não pararam por ai. Quem estava presente e antenado nos conhecimentos sobre a Frente de Defesa, a história e os grandes nomes da capoeira no Brasil,  participou de sorteios e levou para casa abadás, camisetas e a certeza de que a quadra de esportes passará a oferecer daqui pra frente mais uma opção de lazer e formação cultural. Talvez isso tenha sido o maior presente não apenas  para alguns moradores, mas para toda a comunidade, presente que se fez saber no momento em que Cristino Júnior anunciou que a Escola Cultural irá ministrar aulas de capoeira abertas à comunidade todas às segundas e quartas-feiras, das 19h às 21h. As aulas serão ministradas pelo professor Bugalho, também membro da ECEL. 

 Capoeira na Quadra 204: Aulas começam na próxima segunda (31/01).

O evento foi um sucesso e espera contar com o mesmo entusiasmo e participação em massa da comunidade. A ideia é sensibilizar todos os artistas locais para a promoção de ações como essa na cidade e assim levar cultura e cidadania de bairro em bairro.


O próximo evento da Frente já tem  data e destino marcados. No próximo dia 06 de fevereiro (primeiro domingo do mês), a ação cultural itinerante será realizada no estacionamento ao lado do posto policial da Quadra 305, no Setor Residencial Oeste, a partir das 16 horas.

Registrem-se aqui os agradecimentos à ECEL, aos artistas Gonagas e Negro A, aos muitos  amigos e  parceiros da Frente como Bob Cash, a moradora e líder comunitária Tiana, ao apoio da Polícia Militar. Finalmente, agradecemos pela participação de cada pessoa da comunidade e o empenho de todos àqueles que se mobilizaram para realizar esse evento. Muito obrigado!

FDPSS-DF

Informações: 9691-5222/9283-8061/8416-7099

26 de janeiro de 2011

Cipó reclama da sujeira espalhada pela cidade

25 de janeiro de 2011

Rumo às selvas

Como se não bastassem os inúmeros problemas enfrentados no dia-a-dia pelos moradores de São Sebastião-DF, a comunidade atualmente é obrigada a passar por mais uma situação calamitosa que, longe de ser apenas um problema local, está se tornando um descaso generalizado em todo o Distrito Federal.

Andando pelos bairros, ruas e avenidas da cidade, não é difícil constatar a que nível chegou a situação de abandono e depredação dos espaços públicos, em especial os parques - espaços construídos com recursos oriundos de pesados tributos e que a princípio deveriam servir como áreas de cultura, entretenimento, esporte, lazer e diversão em geral para a população. Infelizmente, nem de longe a realidade é essa.


Hoje, quase todos os bairros  contam com parques infantis, o que seria muito louvável se a maioria não estivesse enferrujada e drasticamente infestada pelo matagal, por todo tipo de lixo e se tornado predileto ponto de uso, compra e venda de drogas. Esses espaços também servem como local de ocultação e negociação de objetos de furto e raras são as vezes que o policiamento faz ronda pela área.

O descaso em relação ao uso adequado dos espaços públicos na cidade não é de hoje. A cena mais comum para quem se arriscar a visitar o parque localizado em frente ao Projeto Vida Padre Gailhac (Bairro São José) será a do mais completo abandono, apesar do tremendo esforço coletivo dos educadores da instituição para manter o espaço limpo e conservado. E os problemas não param por ai. Violência e vandalismo  no Bairro São José já se tornaram comuns. A professora Badia, coordenadora do Projeto Vida, fez um apelo à nova administração para a que a mesma  tome medidas em caráter de emergência, dado o precário estado do local e a constante onda de assaltos, inclusive durante o dia, aos transeuntes e aos próprios funcionários do projeto.


“Nós estamos entregues a esse mato aqui. Lógico que a nossa comunidade precisa ser vista. Veja só o estado, olha o tamanho do mato. E ali, naquele espaço, nós temos um vão que eles [marginais] fizeram para traficar e para usar drogas. Não podemos conviver com uma situação dessas em pleno coração da cidade. São Sebastião precisa ser protegida, arrumada. Não estamos aqui para pedir nada para nós, mas para a comunidade. 


Para a professora, o parquinho outrora construído para proporcionar lazer para as crianças, para as pessoas da comunidade, hoje, infelizmente, está se tornando um desprazer, um ambiente perigoso. "As aulas já  estão por começar e não podemos continuar assim", reclama.

Os jovens que freqüentam o parque consomem drogas à luz do dia e é comum a comercialização de objetos furtados no local, complementa Abadia.


Educador do Projeto Vida e professor de artes marciais, o professor Ninã criticou a situação do parque e chamou a atenção para o perigo que a criminalidade e as drogas representam para as crianças.



As perguntas que ficam para o amigo leitor são: onde está o Poder Público? Até quando a Administração Regional fará vistas grossas para um problema rotineiro que põe diretamente em risco a vida de crianças e jovens, e da comunidade em geral? 



O cenário não é dos melhores, mas o momento seria muito apropriado para a nossa administradora encontrar uma brechinha na sua agenda e visitar cada bairro, cada rua, cada parquinho-selva para oferecer um belo café-da-manhã aos moradores e aproveitar a ocasião para ouvir a comunidade e discutir soluções para os muitos problemas, a começar pelo mato e pelo lixo. Não é muito, mas já seria um bom começo, evitando que a cidade inteira caminhe rumo às selvas.

Por Francisco Neri

24 de janeiro de 2011

Secretaria de Educação convoca e desconvoca professores concursados

Descaso com a saúde em São Sebastião-DF

23 de janeiro de 2011

AfroBrasilienses - Margô

Atividade Cultural no Residencial Oeste

A Associação dos Moradores da Quadra 204 (Residencial Oeste) convida toda a comunidade para participar de diversas atividades educativas e culturais gratuitas que serão realizadas na quadra de esportes do bairro (Qd. Especial 204).

Quando? Próxima quarta, dia 26/01.
Que horas? A partir das 19 horas.

O evento é uma iniciativa popular e conta com o apoio da Frente de Defesa Política de São Sebastião-DF e da Escola Cultural Espírito de Liberdade (ECEL). Coordenada pelo contramestre Cristino Júnior (Cipó), a escola de capoeira é uma das atrações que prestigiará o evento.

Participe!

Informações: 9691-5222/9283-8061

22 de janeiro de 2011

Secretaria convoca professores aprovados, mas logo depois retira edital do ar


Guilherme de Almeida – Do Correioweb

A Equipe de Concursos do Correioweb recebeu durante a tarde desta sexta-feira (21/1) várias reclamações de supostos aprovados no concurso de professor efetivo da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SE/DF), realizado em 19 de setembro do ano passado. Para surpresa de todos, a SE/DF publicou ontem à tarde, em site oficial, a convocação de exatos 1.545 professores aprovados, no entanto o edital foi retirado do ar após 40 minutos. O documento, que previa a apresentação dos aprovados já a partir da próxima segunda feira (24/1), fez com que vários professores pedissem demissão das escolas onde trabalhavam. Veja o documento retirado da página da SEE/DF.

A diretoria do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF) e os líderes dos professores aprovados no concurso se reuniram na tarde desta sexta-feira com a secretária de Educação, Regina Vinhaes, no entanto não houve acordos. “A secretária [de Educação] tomou a decisão de convocar 1.545 aprovados, mas a Secretaria de Fazenda do DF deu orientação contrária em função de falta de orçamento”, disse o presidente do Sindicato dos Professores de Estabelecimentos Particulares de Ensino (Simproep), Rodrigo de Paula.

Luiz Felipe Soares foi um dos aprovados no concurso para o cargo de professor de Português. Ele estranha o fato de a Secretaria de Fazenda alegar falta de orçamento sendo que, no último domingo, a mesma SE/DF realizou um outro concurso para contratar 6,5 mil professores temporários. “Como que fazem um concurso com 6.500 vagas sendo que existia um grande número de professores efetivos para serem chamados? E como é possível organizar um concurso público sem antes planejar se haverá orçamento para contratar os aprovados?”, indagou o professor.

O departamento jurídico do Simproep vai entrar na Justiça alegando danos morais contra a SE/DF para aqueles professores que, ao verem o nome publicado no edital de convocação, pediram demissão das escolas particulares onde trabalhavam. Na próxima segunda-feira (24/1), haverá uma manifestação em frente à Escola Normal (907 Sul) e outras, às 11h, em frente ao Palácio do Buriti. A equipe do Correioweb tentou entrar em contato com a Secretaria de Educação do Distrito Federal no início da noite desta sexta-feira (21/1), mas não conseguiu falar com algum responsável.

19 de janeiro de 2011

Fotos da Frente

Frente de Defesa Política Ssdf Slideshow: Frente’s trip from Brasilia, Federal District, Brazil to Sao Sebastiao was created by TripAdvisor. See another Sao Sebastiao slideshow. Create your own stunning free slideshow from your travel photos.

Moradores do Morro da Cruz se unem contra a grilagem


Moradores do Morro da Cruz reunidos em Assembleia Extraordinária  (18/01).


 Cerca de 500 habitantes do setor de chácaras Morro da Cruz se reuniram em assembleia extraordinária na terça-feira à tarde (18/01) em frente à Associação dos Moradores para discutirem os meios legais de impedir a derrubada das edificações do local. Uma ata assinada pelos moradores será encaminhada à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional para  tentar barrar as ordens de embargo de obra e demolição das residências.  Os moradores foram notificados  no começo dessa semana pelos agentes de fiscalização e dispõem de 5 a 10 dias para atenderem às ordens expedidas. Eles podem recorrer das decisões.

A maioria das casas foi construída no final do ano passado. Segundo o gerente de obras da Administração Regional Jackson Reis, a comercialização dos terrenos teve início por volta de julho passado, porém a maior parte dos futuros moradores começou a construir somente em dezembro. “As pessoas compraram os lotes de boa-fé. Mas trata-se de um parcelamento ilegal do solo”, enfatiza. Ele conta que grileiros desmembram chácaras de até 20 mil metros quadrados em aproximadamente 80 unidades, em média, de 200 metros quadrados. O local já conta com rede elétrica instalada.



De acordo com o presidente da associação dos moradores, seu Assis, o processo de regularização da área é uma reivindicação justa. Ademais, é promessa de campanha do governador eleito, promessa que também será cobrada pelas 60 mil pessoas que moram em Vicente Pires e que estão praticamente na mesma situação.

Ainda segundo o líder comunitário, a ação indiscriminada dos grileiros nos últimos anos tem passado despercebida pelos órgãos de fiscalização (Agefis, Sudesa), tanto assim que a notícia de que os fracionamentos irregulares estavam ocorrendo na região só chegou ao conhecimento do governo através de denúncias anônimas. “Todo dia arrancamos faixas que ficam espalhadas pela cidade anunciando a venda de lotes. E no outro dia, lá estão elas novamente. Os moradores estão sendo prejudicados pelos grileiros, muitos dos quais nem moram na área. A especulação de terras e o aluguel de imóveis na cidade tornaram-se atividades rentáveis”, diz seu Assis, inconformado. “Não é justo que as famílias sejam retiradas deste local depois de  lutarem honestamente pelo seu pedaço de terra. Muitos ainda estão pagando”, alegou.



Pela Lei Federal nº 6.766, de 1979, que determina como deve ocorrer o uso do solo em todo o país, qualquer mudança feita em área rural para fins urbanos deve ser previamente aprovada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pelo governo local. Desta forma, é proibido vender qualquer desmembramento não registrado. Diz o artigo 47 que, nos casos em que o loteador faça parte de um grupo econômico ou financeiro, ele torna-se o responsável imediato pelos prejuízos causados aos compradores dos lotes e ao poder público.

Mais um grave problema que atravessa o novo caminho do governador eleito e que pede urgência. Por um lado, temos a questão ambiental  intensificada pelo uso irregular do solo não apenas em São Sebastião mas em todo o DF, e por outro, a questão habitacional, problema crônico que se alastra país a fora e  que, paraxodalmente, é aquele que mais interessa e enriquece  vultosamente os   cofres de grileiros /especuladores de plantão. Cabe ao novo chefe do Executivo ouvir a comunidade e dar uma solução definitiva para este problema. Não é honesto prometer o que não se pode cumprir. É desmoralizante e põe em descrédito. Só colocamos o chapéu onde a mão alcança, já diz o ditado.

Sabemos que o novo governo tem muitos desafios pela frente nas áreas de educação e saúde e tantas outras, mas a questão habitacional não pode ficar em segundo plano, em especial porque estamos lidando com pessoas, pais e mães de família que pagaram caro pelo seu pedaço de chão com muita dificuldade, recurso suado. O que se impõem fazer de imediato é que as agências fiscalizadoras desencadeiem uma implacável e constante caça aos grileiros/especuladores de terra que abundam livremente por esta cidade, cidade ordeira que está sendo manchada pela ação inescrupulosa de alguns. 


Texto: Francisco Neri
Fotos: Contramestre Cipó

Analfabetismo no Distrito Federal

A Brasília que ignora as letras

Ao menos 128 mil moradores do DF são considerados analfabetos

Adriana Bernardes
Correio Braziliense
Publicado em 16/01
 
Eles correspondem a 5% da população da capital, índice que o novo governo promete zerar em dois anos. Porém, pelo ritmo atual, meta só será alcançada em 2030. O exemplar do 1º livro de leitura lembra a infância e a única tentativa de Ana Santana Sales, 91 anos, se tornar uma mulher letrada. De capa dura, páginas amareladas pelo tempo e com aquele cheiro inconfundível de objeto engavetado, a publicaçãose tornou uma relíquia guardada há 76 anos. Ana jamais conseguiu ler as histórias contadas ali. Os pais também não sabiam ler e escrever. Ela é analfabeta de pai e mãe, como se diz nos rincões desse Brasil.

O mundo das letras não desabrochou na vida da dona de casa por desleixo, mas pela aspereza da vida. “Uma professora me ensinou o ABCD maiúsculo e minúsculo. Me deu esse livro para ler. Eu ia para debaixo de uma árvore, longe de casa, tentar juntar as letras”, lembra orgulhosa. No entanto, a angústia diária do pai em plantar e colher o pouco que a seca do nordeste permitia afligia mais a jovem que os mistérios da escrita. Ela desistiu das letras.

Assim como Ana, pelo menos 128 mil moradores do Distrito Federal vivem à margem da sociedade por causa do analfabetismo. Os dados são de 2009, com base na população de 2007 e foram apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Recém-empossado governador, Agnelo Queiroz (PT) se comprometeu a acabar com o analfabetismo na capital da República em dois anos.

Para se ter uma ideia do tamanho do desafio, nos últimos sete anos, 44 mil pessoas foram alfabetizadas. Nesse ritmo de investimento e congelada a realidade atual, a meta do novo governador somente seria alcançada em 2030.

O que os números dificilmente medem são os reflexos da falta de estudo na vida de uma pessoa. Ana, a nordestina de nascimento e brasiliense de coração, conta que a “cegueira” imposta pela falta de estudo tornou sua vida mais difícil. A moradora do Gama não consegue encontrar os endereços nem pegar ônibus sozinha. Ao ser perguntada se nunca teve medo de ser enganada por não saber ler, demonstra ingenuidade. “Pensava que não tinha esse contratempo. Eu confiava em todo mundo (pausa) e ainda confio”, diz com o dedo em riste e olhar perdido como se passasse a limpo o passado.

Quanto à possibilidade de aprender a ler e escrever, Ana diz que já está velha demais. “Agora, a vista não dá mais. Às vezes, pego revista para ver, mas logo começa a escorrer aquela água quente do olho e eu deixo aquilo para lá”, diz, às gargalhadas. Não há rancor ou arrependimento nas palavras de Ana. Há nelas o orgulho de ter tentado e a educação que ela deu aos quatro filhos, todos letrados.

Outra realidade

O governo local pretende vencer a guerra ao analfabetismo capacitando profissionais, ampliando o acesso ao ensino e mobilizando a sociedade civil. Antes porém, precisa descobrir onde estão e quem são os moradores do DF que não conseguem ler e escrever. A partir desse levantamento, começa outro desafio. Adequar a didática à realidade dos futuros alunos de forma que o conteúdo e o jeito de ensinar respeitem as suas experiências de vida e os prenda na sala de aula.

Apesar dos 128 mil analfabetos do DF, há progressos para se orgulhar. Em 2002, os moradores sem estudo representavam 8,61% da população. Em 2009, o percentual caiu para 5,36%, uma redução de 37,7%. O DF obteve a terceira maior redução de analfabetismo entre todas as unidades da federação e bem acima da média nacional de 21,3% (veja arte).

A paraibana Maria Marluce Paulino, 53 anos, moradora da Estrutural, não tem grandes ambições financeiras mas alimenta um grande sonho. “Um dia quero conseguir ler e escrever uma carta”, revela. Por uma dessas ironias da vida, a mulher que não sabe ler tira o sustento da casa com a venda de jornais. “Quem não sabe ler é cego, surdo e mudo. Nem conta em banco eu consigo abrir sozinha”, lamenta.

Esforço concentrado

A nova secretária de Educação do DF, Regina Vinhais, reconhece como ambiciosa a meta do governo em tornar histórias como a de Maria Marluce uma exceção. Segundo ela, exige esforço concentrado de outros órgãos de governo e da sociedade civil organizada. “Campanhas de erradicação do analfabetismo feitas à parte da EJA (Educação de Jovens e Adultos), como os mobrais, se mostraram ineficientes”, pontua. “Alfabetização é mais do que a codificação e decodificação de símbolos.”

Caberá às escolas identificar a demanda por educação. “Feito isso, vamos estruturá-las para que tenham condições de receber essa clientela. Estudar perto da residência vai facilitar muito a vida dessas pessoas”, explica Vinhais. Na visão do governo, a educação de jovens e adultos deve ser oferecida também no diurno. Segundo a secretária, é um erro pensar que todo analfabeto trabalha durante o dia e pode estudar à noite. Uma parcela considerável faz o turno inverso e não tem oportunidade de se sentar no banco da escola com o modelo atual com aulas apenas no período noturno.

CINCO PERGUNTAS PARA
Regina Vinhais, secretária de Educação do Distrito Federal

O EJA é alvo de críticas por conta do conteúdo e didática de ensino incompatíveis com a experiência de vida dos estudantes, um dos motivos de evasão. É possível reformular o programa e torná-lo mais eficiente?
Muitas campanhas usam pessoas para alfabetizar que não são professores, achando que alfabetizar é fácil. Dentro do possível vamos usar somente professores, bolsistas e universitários capacitados. Vamos conscientizar esses profissionais para trabalhar com o método do Paulo Freire. No século passado, ele já dizia que adulto não se alfabetiza como se faz com uma criança.

A meta de vocês é acabar com o analfabetismo em dois anos. Porém, a senhora diz que é preciso envolver escola, comunidade, fazer um censo, capacitar pessoas. Não é muita coisa para se fazer em apenas dois anos?
Muitas vezes as pessoas têm muita vontade de que as coisas aconteçam, mas lhes falta chance de fazer. O professor é um profissional extremamente emotivo e preocupado com questão social. Se a gente oferece as condições para ele participar de um movimento como esse, as coisas caminham. Já conversei com diretores das regionais e eles estão recebendo muito bem essas possibilidades de ações.

Especialistas dizem que não se combate o analfabetismo sem investimentos. O governo terá que construir mais escolas ou ampliar as existentes para abrigar os novos alunos?
Não é preciso construir mais escolas. O DF tem uma escola em cada rincão. Estamos levantando as salas ociosas nas escolas e vamos precisar de mais espaço. Por isso, contamos com o apoio de igrejas e movimentos sociais. Mas, primeiro, é preciso fazer o censo, identificar onde estão essas pessoas e onde as necessidades vão aparecer.

De que forma o governo pretende envolver a comunidade na tarefa de alfabetizar a população?
Uma das propostas é que o empresário libere o funcionário por um ou duas horas para ele estudar na empresa. Esse estudo deve ser dirigido, orientado por um profissional que os ajude a tirar dúvidas. Já conversei com alguns empresários e a receptividade é muito boa.

E quanto às crianças analfabetas, o que será feito?
O número de crianças com mais de 7 e menos de 15 anos fora da escola é mínimo. Uma coisa é certa. Nenhuma escola pode recusar a matrícula a uma criança com menos de 15 anos porque ela é analfabeta. Isso não pode ocorrer de forma alguma, porque crianças com 12 anos, por exemplo, não são trabalhadores e exigem uma atividade regular para elas. É claro que não podem ser colocadas numa turma de 5 ou 6 anos. Mas a escola precisa ter competência e motivação para alfabetizá-la.

Leia também:

Quem mora na zona rural do DF tem mais dificuldade em aprender a ler e escrever por causa da distância da escola e outras barreiras.
 
Fonte: http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=16918

17 de janeiro de 2011

Primeiro Ato Cultural da Frente de Defesa Política (08/01)

Manifesto da Frente de Defesa Política de São Sebastião

São Sebastião é dada como moeda de troca em leilão da CLDF.

Por um Novo Caminho - Mais respeito com São Sebastião-DF

2011 começou mal, mal começou...

O sonho do “novo caminho” nos escapa como água que escorre pelas mãos



A comunidade de São Sebastião-DF está de luto: Agnelo Queiroz (PT) não cumpriu o seu compromisso de campanha, segundo o qual a população participaria da escolha do seu administrador, preferencialmente alguém da própria comunidade. Promessa feita e não cumprida até o momento. A Sociedade Civil Organizada de São Sebastião - cidade que o acolheu e foi decisiva para a sua eleição - não aceita, em  a nomeação de Janine Barbosa para estar à frente da administração. Nada contra ela, que, possivelmente, deve ser mais uma vítima que caiu nas garras de Agaciel, o homem-bomba dos atos secretos, ficha-suja de corpo e alma, que não tem o menor conhecimento dos problemas locais e muito menos relação com a comunidade, justo ele que não conhece uma pedra deste lugar, justo ele que não tem moral para governar o quintal de sua casa. Aqui não, xexéu!

O momento é de arregaçarmos as mangas e tomarmos as ruas, arregimentarmos a cidade em ato coletivo para repudiar mais esta ignóbil ação politiqueira com a qual querem nos tapear. Não somos palermas e como moradores sabemos que essa indicação em nada é benéfica para a comunidade. Para os amantes da liberdade, a democracia está morta. A história nos prova que, entra ano eleitoral, sai ano eleitoral, as coisas, como diria Roberto Da Matta, “mudam” para continuarem como estão. Como nos lembraria também alguém com as seguintes palavras: “As caras são novas, mas o lixo é o mesmo”.

Sr. Agnelo, você prometeu. Agora cumpra! Esta é a hora de honrar na prática cada voto recebido. Eu quero de volta o “novo caminho" que me foi prometido, não este abismo no qual querem jogar-me de olhos vendados com mais, aproximadamente, 119 mil pessoas que nesta cidade moram. Ainda está em tempo de evitar que o sonho do “novo caminho” escape de nós como água que escorre pelas mãos. São Sebastião...

Lugar antigo, cidade das mais novas!
Cidade Sua, cidade Nossa.
Casa de quem dela se fez morador
E em suas terras o sonho e o amor plantou!
Celeiro da nova capital da pátria.
Mãe acolhedora dos filhos vindos aos montes
Dos diversos quatro cantos deste país.

Não é justo que paguemos por malditos quatro anos o preço imensurável de uma decisão que no fundo só é conveniente aos bolsos e às bolsas e aos cofres particulares de quem participou desta negociata na qual São Sebastião foi ofertada como moeda de troca no ato final do espetaculoso ano de 2010! Fora, Agaciel!, gritemos. São Sebastião não é reduto de bandido!
 
Ontem, olarias e cerâmicas, base e substância da jovem cidade
A suprir a demanda do sonho elevado de JK e da nação.
E eis as atividades dos nossos grandes pioneiros:
Sonhos, ideais, aspirações, esperanças e amor depositados,
misturados e entrelaçados num só corpo, numa única massa, numa só alma
De cada tijolo que erguia e dava vida à nova capital !
(...)

Ontem, sua nascente Agrovila... (Ah, que vila!)
Paraíso perdido de verdes eucaliptos a despontarem
E preencherem os olhos de vivaz e natural beleza
De estradas de piçarra e barro vermelho
Das grutas límpidas e córregos nascentes
E do cheiro de terra preta molhada...
Uma cidade verde por dentro e por fora!
Com ares de interior a resguardar um pouco
Da cara e da vida do povo brasileiro.

Hoje, a nossa São Sebastião.
Cidade minha, cidade sua e do Tião.
Satélite cosmopolita filha da capital.
Lugar de gente daqui, dali e d´acolá.
Diversa e plural em tudo o que nela vive e há.
Esta é a cidade...

Ontem, exportadora de areia e tijolo
Hoje, celeiro rico exportador de sonhos e cultura
Afrobrasileira para Brasília – Brasil – Mundo!
Glória e vida a ti, Ó cidade de São Sebastião,
Tu que és a cidade a que um dia me apresentei
E para sempre me presenteei.*


A secretária de Comunicação Social do GDF, Samanta Sallum, teve a desfaçatez de dizer que a composição do governo atendeu a critérios técnicos, destacando que “o governo entende que qualquer manifestação faz parte da democracia e respeita a opinião desses moradores”. Para o governo dela, não se tratam de "manifestações pontuais orquestradas por alguns grupos políticos que não se sentiram representados com as indicações". Muito pelo contrário. Trata-se de um manifesto cuja legitimidade está respaldada na vontade dos movimentos populares que, inclusive, constituiram a base eleitoral do Sr. Agnelo Queiroz na cidade.

Se o seu patrão não rever a situação, ele não estará indo apenas contra a vontade de alguns, mas contra a vontade da comunidade que o elegeu em peso. A Administração da cidade não está à venda e, se a venderam, vamos reavê-la, nem que para tanto tenhamos que “endurecer sem perder a ternura”.

Francisco Neri

* Trechos de "Ode à São Sebastião"

Publicado originalmente no sítio eletrônico do Centro de Educação Popular de São Sebastião - CEPSS em 4 de janeiro de 2011. Disponível em http://www.cepss.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=304:2011-comecou-mal-mal-comecou-&catid=41:materias

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